29/01/2015 - Acusada de chefiar uma quadrilha, que fraudava empréstimos consignados com nomes de professores da rede estadual aposentados, Luciana de Oliveira Sobrinho foi citada por vítimas em 21 boletins de ocorrência. Por coincidência, o número é o mesmo de sua data de nascimento, que era usado para nomear um hotel e uma galeria que Luciana manteve em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande.
É por isso que o número foi usado também no nome da operação que prendeu seis integrantes da quadrilha, segundo a titular da DECO (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), Ana Cláudia Medina. A Operação Stellium 21 faz referência ainda a grupos de planetas que se aglomeram em uma mesma constelação, o que lembra a ação dos estelionatários, conforme a delegada.
O Vinte e Um Hotel, de propriedade da acusada, está fechado há alguns meses, pois Luciana não tinha condições de pagar as dívidas. De acordo com a delegada, embora fosse um hotel, o estabelecimentos tinha outros fins, já que era locado por empresas e usado como motel.
“Não temos ainda detalhes de informações financeiras do hotel, o que está sendo investigado. Ainda há muita documentação arrecadada, desconhecida até o momento. Vamos analisar tudo”, disse Ana Cláudia.
A investigação, iniciada há seis meses, tem confirmadas até agora seis vítimas em cidades de Mato Grosso do Sul e também de São Paulo e Goiás. Os seis presos nesta quarta-feira (28) foram indiciados e confessaram a participação nos crimes. Foram apreendidos documentos falsos; oito veículos e quatro imóveis foram sequestrados, sendo duas casas, o hotel e uma galeria de lojas em construção; além de uma motocicleta Suzuki Yes, uma caminhonete Toyota, um Golf, uma Hilux e um Fiesta.
Em setembro de 2011, Luciana já havia sido presa por estelionato. Ela era dona de uma financeira chamada Cred Mais,e foi acusada de aplicar vários golpes em clientes. Na época a justiça bloqueou cerca de R$ 600 mil da empresária, mais R$ 3.800 e apreendeu um Chevrolet Captiva, avaliado em mais de R$ 100 mil.
A operação foi desencadeada por investigação coordenada pela Deco, com apoio da Delegacia Regional de Três Lagoas, do DIP (Departamento de Inteligência Policial) e da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).
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