16/03/2015 - A organização do protesto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em Campo Grande prometeu ir para as ruas todo dia 15 se a petista não renunciar ao mandato até abril. O anúncio foi feito ao fim da manifestação depois de mais de duas horas de caminhada pela Avenida Afonso Pena.
“Se a Dilma não renunciar até abril vamos juntar mais gente no dia 15 de abril, 15 de maio, 15 de junho, até ela deixar o poder”, afirmou um dos organizadores no carro de som. Em seguida, um coro se formou: “amanhã vai ser maior”.
As pessoas que ocuparam as ruas da Capital, a maioria com alto nível de escolaridade ou em formação, pediam mudança. Na visão deles, o início das melhorias é a saída da presidente, outros falaram em nova eleição, embora o impeachment dá direito ao vice assumir a vaga, no caso, o peemedebista Michel Temer.
“Não sei se chega ao objetivo (o protesto), mas pressiona o governo a pensar. Sou a favor do impeachment”, afirmou a psicóloga Lélia Souza, 48 anos. Ela contou que participou do movimento “Diretas Já”, em 1986, e também quando o povo foi para a rua defender o impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992. E agora, está nas ruas novamente pedindo mudança.
Na avaliação do engenheiro agrônomo Laerte Romeiro, 52, para acabar com a corrupção deve começar pela troca de quem está no comando. “Primeiro, mudar quem está no comando. Se lá em cima não mudar, não vai melhorar aqui embaixo. Precisamos de reforma política”, pontuou.
Mesmo assim, Romeiro não tem certeza se o impeachment da presidente resolveria os principais problemas do País como os aumentos dos serviços, inflação e corrupção. “Não sei se é a solução. Os políticos não vão achar uma solução fácil, mas tem de mudar de alguma forma”, completou.
Até a pequena Maria Fernanda Figueiredo Vasconcelos da Nóbrega, 8, estuda em uma escola particular e já tem uma opinião formada. Ela participou do protesto acompanhando a mãe, mas disse que defende a saída da presidente. “Algumas pessoas roubam nosso dinheiro para nada”, disse.
A médica Delmira da Rocha, 44, participou do protesto para cobrar mudança, mas não acredita que a possível troca de presidente vá mudar a situação do País. “O protesto é o primeiro passo para acabar com a corrupção. Temos de cobrar de quem está lá. Mas não acho que é o momento para o impeachment, porque não vai resolver”, explicou.
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