16/01/2015 - Moradores dos bairros Mata do Jacinto e Montevidéu, em Campo Grande, passaram a sexta-feira(16) contabilizando os prejuízos do temporal que atingiu a Capital no final da tarde e na noite de quinta-feira (15), que registrou ventos de até 61 km/hora.
Moradores dos bairros Mata do Jacinto e Montevidéu, em Campo Grande, passaram a sexta-feira(16) contabilizando os prejuízos do temporal que atingiu a Capital no final da tarde e na noite de quinta-feira (15), que registrou ventos de até 61 km/hora.
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Segundo a meteorologista Catia Braga, do Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos), o vento foi de 40 km/h. No entanto, ela explica que rajadas mais fortes entre 50 e 60 km/hora podem ter atingido outras regiões da Capital, como aconteceu na Mata do Jacinto.
Ela diz que o Cemtec tem condições de monitorar as condições climáticas apenas da região da saída para Rochedo, onde está localizado. Por isso, não é possível fazer uma análise mais detalhada do que ocorre nas demais regiões da cidade. Já segundo dados do Inmet, os ventos chegaram a 61 km/hora por volta das 21 horas.
“Segundo a escala Beauforte, que mede a intensidade dos ventos, 40km/hora já são suficientes para promover grandes estragos”, afirma a meteorologista. E foi o que aconteceu na divisa dos dois bairros. As ruas mais afetadas pelo temporal foram as avenidas Senhor do Bonfim, que ao longo dos seus 5 quilômetros teve diversos galhos e pequenas árvores caídas no canteiro central e rua Panônia, onde foram registrados os maiores estragos. No local, situado no bairro Montevidéu, pelo menos 20 casas tiveram telhas arrancadas e rompimento da fiação de telefone e energia.
De acordo com os moradores, o temporal começou por volta de 19 horas e durou pelo menos 40 minutos e praticamente em todos os quarteirões, até o final da manhã de hoje, havia dezenas de galhos e parte de árvores caídas ao longo da rua e nas vias adjacentes. Em algumas casas os estragos foram maiores, já que houve queda de árvore no quintal de algumas delas. Foi o que ocorreu na casa do professor de dança Lincoln Cursino de Souza,39.
Uma seriguela não suportou a força dos ventos e caiu em cima do muro da residência, derrubando outras árvores menores que estavam no quintal. Lincoln conta que no momento do acidente estava trabalhando e ficou surpreso com as rajadas de vento que atingiram o bairro, que também derrubaram sua antena de TV e arrancaram algumas telhas.
Ele calcula em R$ 500,00 o prejuízo total, que terá de bancar do próprio bolso, já que o dono da casa avisou que não fará os reparos. “Já pago R$ 700,00 de aluguel e ainda terei essa despesa”, reclama.
Um dos maiores prejuízos foi registrado pelo corretor de imóveis Antonio Ferreira Gomes, 57, que passou toda a manhã realizando reparos nos telhados e trocando a fiação elétrica externa do residencial de seis casas de sua propriedade. Ele diz que precisará desembolsar pelo menos R$ 1 mil, sem contar a mão-de-obra dos pedreiros que precisou contratar com urgência. “Nunca vi uma coisa dessas aqui no bairro. No momento do temporal a gente só conseguia olhar os estragos pela janela e rezar para nada mais grave acontecer”, ressalta.
O carro do corretor por pouco também não sofreu danos. Várias telhas voaram e acabaram batendo na roda do veículo. “Se tivessem atingido a lataria, meu prejuízo seria bem maior”, disse. Diferente de Antonio, que pode realizar os reparos emergenciais em suas casas, o eletricista Moacir Nunes da Silva não tem ideia de quando terá condições de reconstruir o muro de 30 metros que desabou no momento do temporal.
Ele diz que estava em Dourados a trabalho e no momento da queda sua mulher estava sozinha com o filho pequeno em casa. “Ela levou um susto tão grande que pensou que a casa ia cair”, conta. Com a queda do muro, sua casa, que fica em uma esquina, está vulnerável e ele teme deixar a família sozinha. “Viajo muito a trabalho e isso me preocupa”, ressalta.
Já na casa do aposentado José Oliveira Filho, 70, o problema foi a interdição da rua, que precisou ser bloqueada já que dezenas de galhos e pedaços de entulho foram parar em frente a residência. “O barulho foi horrível. Eu e minha esposa ficamos com medo e só vimos os estragos hoje cedo. Moro há mais de 30 anos aqui e isso nunca aconteceu”, revela.
Entulhos e uma folha de alumínio que fazia parte da cerca de um terreno também foram parar em frente a casa da secretária Suellen Alves. Morando há quatro meses na Capital, ela está surpresa com as mudanças climáticas bruscas registradas nas últimas semanas. Em sua casa, a calha foi parcialmente destruída. “Ela foi retorcida como um papel”, disse.
Reparos - As casas da rua Panônia ficaram sem energia elétrica por pelo menos quatro horas na noite de ontem. O problema começou a ser resolvido a partir da meia-noite. Pela manhã, poucas casas ainda não tinham luz, mas segundo a assessoria de imprensa da Enersul/Energisa, antes do meio-dia desta sexta-feira a rede já estava restabelecida.
A falta de luz foi ocasionada por uma árvore que caiu na rede elétrica. Equipes da concessionária de energia também realizaram reparos nos postes, substituindo a fiação rompida pelo vendaval. Equipes de limpeza da prefeitura também passaram pelas ruas recolhendo os galhos e folhagens menores das vias, no entanto nenhuma árvore de grande porte havia sido retirada até o final da manhã de hoje de nenhuma residência ou das vias.
A assessoria de imprensa da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) orienta os moradores da rua a ligarem na secretaria, no telefone 3314 3636 e solicitar a retirada das árvores.
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