15/01/2015 - A imagem da imensa Onça Pintada que os campo-grandenses enxergam de longe, do alto de um prédio no Centro de Campo Grande, está “ameaçada de extinção”.
A obra, de autoria de Cleir Avila Ferreira, um dos maiores ícones das artes plásticas sul-mato-grossenses, pode sumir da paisagem, porque o condomínio Inah, onde o desenho foi feito, está em reforma e o painel, de 14 X 20 e 280 m² a 50 metros de altura, está posicionado em áreas que apresentam infiltrações.
Isso significa que, para solucionar o problema, a equipe que faz o serviço terá de mexer nesses espaços. E isso, com certeza, vai prejudicar o desenho.
Como a Onça vai ficar “rasurada”, a saída, ao final do trabalho, será a revitalização ou, então, passar tinta por cima, opção mais provável, mas nada desejada.
“Tem que mexer no painel. Eu tenho que subir e revitalizar, mas, para isso, preciso receber um cachê. Preciso de apoio cultural”, explica.
Cleir quer R$ 120 mil pelo trabalho de revitalização e, por isso, conclama ajuda do poder público. “O condomínio não pode me pagar. E eu não vou subir lá para não ganhar nada. São 30, 40 dias de trabalho, fora o risco. Quero colaborar, mas sou artista, vivo disso”, diz.
O valor da reforma, na avaliação dele, “não é muito dinheiro” porque a revitalização, além de necessária, vale a pena. “O painel vai ficar ali mais 10 anos”, estima.
Cleir idealizou e desenhou a Onça Pintada em 1994. O primeiro “retoque” da obra, patrocinado pela Vivo, foi em 2003. De lá para cá, nada mais foi feito.
Sucesso desde a criação - O painel fez tanto sucesso, desde sua criação, que abriu caminho para outros painéis gigantes feitos em condomínios em Dourados (Papagaio e Araras Vermelhas), Garça e Arara Canindé em Três Lagoas, Peão dos Ervais em Ponta Porã, Arara Vermelha e Dourado, em Corumbá.
Na Capital, depois da Onça, surgiram outros seis painéis em vários prédios, com imagens de papagaios, araras vermelhas e azuis e tuiuiús, além de um mapa de Mato Grosso do Sul no Instituto Arnaldo Estevão de Figueiredo.
A arte de Cleir ganhou as ruas e motivou a edificação de várias esculturas que também se tornaram cartões postais, tanto em Campo Grande como em diversas cidades turísticas sul-mato-grossenses.
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