04/02/2015 - Engana-me se puder
Vem aí a leitura facial uma das mais importantes ferramentas do século XXI
Já pensou em uma máquina que possa afirmar que seu namorado ou marido está mentindo? Ou se ele, ao avistar uma mulher, está disposto a te trair? A polícia poderia com essa máquina ler as emoções de manifestantes e determinar suas intenções? Os empresários poderiam monitorar secretamente funcionários ou candidatos a empregos? Essa máquina já existe.
Um software de leitura facial que detecta variações sutis nas emoções pode medir emoções como: surpresa, confusão, malícia, atenção, sorriso disfarçado, tédio, nojo e expressividade. Na análise feita pelo produto um simples sorriso ou careta não existem. Os movimentos faciais são divididos em expressões com mais nuances. Há, por exemplo, sete formas de enrugar a testa, cada uma com um significado diferente.
Um grupo de jovens empresas norte americanas com nomes como Emotient Inc., Affectiva Inc. e Eyeris estão produzindo softwares que usam algoritmos para analisar os rostos das pessoas e descobrir seus sentimentos mais profundos. Juntas, elas estão acumulando um enorme banco de dados visuais de emoções humanas e buscando padrões que possam prever reações e comportamentos emocionais em grande escala.
Estão usando a leitura facial para pesquisas de mercado. Identificam emoções a partir de um banco de dados de micro expressões que ocorrem em uma fração de segundo em testes de produtos. Usam câmeras para monitorar os consumidores enquanto eles veem anúncios de empresas como Coca Cola e Unilever.
Projetam usar câmeras capazes de detectar quando um motorista está exausto impedindo-o de dormir ao volante. Instaladas em salas de aula, seriam capazes de ajudar professores a verificar se estão conseguindo atrair a atenção dos alunos. Um varejista está começando a testar esses softwares instalados em câmeras de segurança que podem examinar os rostos das pessoas e adivinhar suas emoções ao entrar e sair das lojas, até mesmo se a pessoa está disposta a cometer um assalto. Também já venderam um software para a polícia que será usado em interrogatórios. Um médico pediatra está usando o produto em crianças que operaram o apêndice para medir seu nível de dor. Outro varejista está usando para avaliar a satisfação dos clientes quando olham produtos ou saem da loja. As transformações serão inimagináveis.
Fiquem ainda mais surpresos. Eles já registraram sete bilhões de reações emocionais em 2,4 milhões de vídeos faciais gravados em 80 países. Com esse imenso banco de dados podem afirmar que: as mulheres são mais sorridentes que os homens e que os sul-africanos e indonésios são, respectivamente, as pessoas mais e menos expressivas do mundo.
O debate está começando nos EUA. O perigo está na invasão da privacidade. A tecnologia poderá revelar emoções das pessoas sem o seu consentimento. Imaginem esse produto nas mãos de seu namorado ou namorada.
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