03/02/2015 - É bem possível que você já tenha feito ou pelo menos visto alguém remover diretamente um pendrive, HD externo ou MP3 player da porta USB do computador, deixando completamente de lado aquela tradicional opção de “remover com segurança”.
Como você deve saber, as orientações de especialistas sugerem que tal recurso sempre seja utilizado para evitar danos aos hardwares dos aparelhos envolvidos, bem como a perda de informações.
Mas tantos anos após o surgimento dos dispositivos de armazenamento em flash e com os inúmeros avanços tecnológicos ocorridos nesse meio tempo, será mesmo que esse mecanismo ainda é necessário? É isso que vamos esclarecer nesta matéria.
Quebrando a corrente
Indo direto ao ponto, a resposta para esse questionamento é: sim, e existem alguns bons motivos para isso. O primeiro e mais conhecido deles é o fato de esse tipo de dispositivo operar com energia elétrica. Durante todo o tempo que está em uso, o pendrive é “alimentado” pela própria porta USB para que possa enviar e receber dados.
Assim, caso você retire o dispositivo sem “avisar” o sistema operacional, há o risco de que naquele momento esteja acontecendo algum processo e, consequentemente, passando corrente elétrica em níveis mais elevados, o que pode ocasionar a queima tanto do pendrive quanto da entrada USB do PC.
É válido esclarecer que, mesmo executando a remoção segura do dispositivo pela ferramenta do SO, a corrente pode continuar passando pelo dispositivos, mas tal ação garantirá que esse fluxo de energia seja menor e que o equipamento não estará em uso pelo computador, evitando qualquer possibilidade de dano.
Não deu tempo de salvar
Mais do que inutilizar seu pendrive ou MP3 player, retirá-los de forma incorreta pode fazer com que você perca as informações que estava manipulando. Isso acontece porque o sistema operacional não salva cada bit que enviamos. Ele acumula determinada quantidade de dados em cache antes de guardá-los no dispositivo de armazenamento móvel como uma forma de agilizar esse trâmite e poupar poder de processamento.
Digamos que você esteja redigindo um texto. O computador não vai salvando cada letra digitada. A máquina deixa que você insira mais informações, o que pode ser limitado por tempo ou volume de bits, para salvar tudo de uma única vez.
Bem, tendo isso em vista não fica difícil concluir que finalizar ou mover um arquivo para o pendrive e logo em seguida removê-lo da porta USB pode acarretar no não salvamento das últimas informações adicionadas — sem contar que o conteúdo como um todo pode ser corrompido e ficar inacessível.
No caso de pendrives e HD externos mais modernos, por exemplo, existem indicadores luminosos (em sua maioria constituídos de LEDs) alertando sobre possíveis leituras ou modificações em andamento. Remover um dispositivo em algum desses momentos é muito perigoso para a integridade das informações que estão sendo acessadas ou escritas. Em teoria, se esses indicadores estão apagados, é sinal de que o equipamento não está sendo usufruído pelo sistema operacional e as chances de danos são bem reduzidas.
Melhor prevenir
É verdade que com componentes de hardware cada vez mais potentes esses processos acontecem muito mais rápido do que antigamente. Hoje em dia, transferências de dados acontecem em frações de segundo, dependo da configuração da máquina.
Além disso, conforme a visão de vários especialistas, os principais sistemas operacionais da atualidade contam com mecanismos que visam preparar os dispositivos USB para remoções rápidas, exatamente pelo grande número de usuários com essa prática "perigosa". Dessa forma, podemos dizer que os riscos estão menores do que alguns anos atrás.
Contudo, como diz o velho ditado, é melhor prevenir do que remediar. Não custa você perder alguns poucos segundos para executar dois ou três cliques para garantir que horas de trabalho em um documento ou planilha tenham sido em vão.
|