13/11/2012 - Campo Grande teve 275 pedestres atropelados de janeiro a novembro de 2012 e 312 motoristas autuados por desrespeitar a faixa de pedestres neste mesmo período. Esses dados, que foram divulgados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) nesta segunda-feira (12), marcam o mês em que uma campanha para reduzir esse tipo de acidente na cidade faz um ano. Especialista afirma que mudanças significativas devem levar alguns anos para acontecer.
De acordo com o Detran, houve queda de 5% na quantidade de vítimas pedestres. Essa redução já é vista como uma conquista entre os idealizadores da ação, entre eles, prefeitura, Companhia Independente de Polícia de Trânsito (Ciptran) e Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran).
Um dos principais focos foi conscientizar os condutores a parar em faixas de pedestres em locais onde não tem semáforo, o que segundo o Detran foi inspirado em cidades como Brasília e Goiânia. Conforme o órgão, a campanha começou com orientações aos motoristas que duraram 15 dias. Passado esse tempo, agentes começaram a multar quem desrespeitava as regras. Foram 437 infrações registradas no primeiro mês de ação. O que diz o especialista
Fayez Rizk, arquiteto e urbanista especialista em trânsito, disse ao G1 que a medida começou a provocar alteração no comportamento de pedestres e motoristas. “Sem dúvida começa a dar resultados, mas essa é uma questão de mudança de hábitos culturais tanto do pedestre quanto do motorista. Por isso, ainda deve levar alguns anos para a campanha começar a surtir efeito de fato”, afirma.
O especialista destaca que campanhas educativas deveriam ser mais frequentes e que a fiscalização precisa ser intensificada. Sobre a sinalização da cidade, Rizk avalia que poderia favorecer mais ao pedestre.
“Uma medida urgente que deveria ser adotada nos cruzamentos de maior movimento é o vermelho geral para os carros. Esse tempo de 8 a 12 segundos de sinal verde para o pedestre é mais que suficiente para ele atravessar a via”, pontua.
O que diz a autoridade de trânsito
Para o comandante da Ciptran, coronel Alírio Vilassanti Romero, é possível observar uma mudança no comportamento de quem trafega pelas ruas de Campo Grande. “Estamos no caminho certo. Estamos dando exemplo de que é possível mudar e adotar novas condutas”, afirma.
Segundo ele, o trânsito é um conjunto de atitudes. Não basta parar e permitir a travessia do pedestre, mas também respeitar os limites de velocidade. “O máximo que é permitido nas ruas da cidade é 60 km/h. Muitos alegam que não dá tempo de parar, mas porque [essas pessoas] estão acima da velocidade da via”, relata.
O coronel lembra, no entanto, que há regras específicas para cada tipo de lugar em que o pedestre precisa atravessar. Confira abaixo como proceder.
|