19/09/2013 - Lançada no final de março do ano passado, a Cidade do Ônibus não saiu do papel em Campo Grande porque a prefeitura não pagou guia para o cartório liberar a escritura de terreno, doado pelo empresário Fernando Garcia. O projeto prevê espaço único para o estacionamento de veículos de 10 empresas de transporte e irá tirar, por dia, aproximadamente 1,2 mil ônibus de circulação da região central da Capital.
“Quando trocou de administração houve a dificuldade na liberação do documento”, informou um dos idealizadores do projeto, o presidente do Rodosul (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Mato Grosso do Sul), Oswaldo Possari.
Titular da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e do Agronegócio) na época do lançamento da Cidade do Ônibus, o vereador Edil Albuquerque (PMDB) confirmou a necessidade da escritura do terreno para dar sequência ao projeto. “A prefeitura precisa pagar a guia no cartório para conseguir o documento”, frisou.
Segundo ele, até agora, o prefeito Alcides Bernal (PP) não quitou a guia. “Essa é a última informação que tive sobre o andamento do projeto”, informou o vereador. Procurada pela reportagem, a prefeitura não se manifestou sobre o caso até a publicação da matéria.
Ao presidente da Rodosul, Bernal garantiu ter autorizado sua equipe a quitar a guia. “Há uns 15 dias, conversei com o prefeito e ele me assegurou ter liberado o pagamento”, contou Possari. Até agora, no entanto, ele não recebeu nenhuma confirmação sobre a liberação da escritura. “Vou esperar até o início do próximo mês para voltar a procurar o prefeito”, disse.
Somente com a escritura do terreno em mãos, o presidente da Rodosul poderá cobrar das empresas de transporte a elaboração dos projetos para receber da prefeitura o aval a fim de iniciar as obras no terreno, localizado próximo ao Anel Rodoviário de Campo Grande, nos fundos das Moreninhas. “Esse processo deverá durar 90 dias”, estimou sobre o próximo passo da obra.
Vantagens – Com a Cidade do Ônibus, será possível evitar a danificação do asfalto e ganhar mais mobilidade urbana. “Somente no trecho entre o Atacadão, da Avenida Costa e Silva, até a rotatória da Coca-Cola serão menos 600 veículos circulando por dia”, destacou Possari.
Isso será possível porque as empresas serão concentradas no mesmo ponto, onde serão feitas trocas de óleo, abastecimento de combustível, a parte mecânica e o alojamento para motoristas e estacionamento. Próximo ao local, serão construídas 900 casas pelo Projeto Minha Casa Minha Vida para atender trabalhadores da região.
Possari destacou ainda a possibilidade de poder lavar cinco ônibus com a mesma água, a captação de energia solar e água pluvial. “Ambientalmente, vai ser maravilhoso. A economia para o município vai ser boa e para o usuário também”, concluiu. Edil destacou ainda que o empreendimento será bancado pelos empresários. A previsão é de investimento na ordem de R$ 50 milhões.
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