10/09/2013 - Na contramão da principal avenida de Campo Grande, empresários deixaram de lado a Afonso Pena para se aventurar nas ruas 7 de Setembro e na Barão do Rio Branco. Enquanto estabelecimentos fecham as portas do lado de lá, pelas redondezas há quem esteja contando os dias para inauguração.
Os investidores são profissionais conhecidos no ramo da alimentação, um é o chefe de cozinha Marcílio Galeano, um dos proprietários do restaurante Jojô, e o outro é Ricardo Villaça Júnior, dono da Pastel D’ouro da avenida Tamandaré.
Aos 49 anos, Ricardo, diz em tom de brincadeira “quem é esse maluco que está abrindo bar enquanto outros estão fechando, não é?”, mas ele mesmo responde que o ‘x’ da questão está no perfil do estabelecimento. “Os bares da Afonso Pena estão em uma situação difícil. Você vê que são bares grandes e se observar os de tamanho mais enxuto, com um público definido, estes estão muito bem”, comenta.
O bar dele já está com a fachada pronta, na Barão do Rio Branco, o Salomé Café Bar é uma franquia de Sorocaba, interior de São Paulo. Da ideia inicial até a abertura foram três anos. “Visitamos um a um os bares de Campo Grande, pra saber os pontos fortes e fracos”, completa.
Foi em janeiro que o ponto foi escolhido e as reformas efetivas começaram em maio. O bar vai abrir onde antes funcionava uma casa de sucos, sem as restrições de estacionamento que uma avenida como a Afonso Pena impõe aos clientes, por exemplo.
“Eu tenho a impressão de que sair da Afonso Pena é uma tendência. Se você pegar a Antônio Maria Coelho, tem cinco ou seis estabelecimentos, a José Antônio, a partir da Cândido Mariano também tem. Essa descentralização da Afonso Pena é em função principalmente do custo, que é muito alto”, avalia.
Antes de abrir, o bar já chega sem caçar confusão. O dono quer passar longe de brigas com a lei do silêncio e por isso não vai trabalhar com música ao vivo. “Nosso perfil será de pessoas um pouco mais velhas. Não vai ser um bar de balada”, acredita o empresário. A previsão é de abrir dentro da primeira quinzena de outubro.
Na rua 7 de setembro, quase esquina com a Bahia, a proposta do ‘Maracutaia’ é servir cerveja em copo de extrato de tomate. Nada a ver com o padrão de bares da Afonso Pena e muito menos com o que o chefe de cozinha Marcílio Galeano, de 39 anos, trabalha no dia-a-dia, como sócio-proprietário de um dos restaurantes de luxo da cidade.
Na opinião dele o problema com a maré de baixas que a cidade vem sofrendo não tem relação com a Afonso Pena. “É falta de gestão, de conhecimento. Mas acredito que seja uma tendência sair da avenida sim, é muito movimentado a para um público que senta e bebe, a Afonso Pena não é via para isso, atrapalha”, comenta.
A escolha do bar não teve a ver com o fato de ser ou não na avenida e sim muito mais pela sorte de achar o ponto vago, onde antes funcionou o Burger & Company. “Independente do lugar que abrir, se souber administrar vai dar certo”, diz. Marcílio e a sócia passaram os últimos seis meses fazendo levantamentos, planejando a obra e o cardápio e estudando o mercado. A previsão de abertura também é para a primeira quinzena de outubro.
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